quarta-feira, 27 de outubro de 2010

LIÇÃO 1 – O QUE É GRAÇA E MISERICÓRIDA?

Comentarista: Ciro Sanches Zibordi

Ao Mestre

Prezado (a) estamos iniciando o quarto trimestre de 2010, e foi grande minha alegria ao tomar conhecimento de nosso Tema – “as Cartas do Apostolo Paulo”. Vinte e um dos vinte e sete livros que formam o Novo Testamento pertencem ao gênero epistolar. São cartas escritas com a finalidade de dirigir, aconselhar e instruir nos seus primeiros desenvolvimentos as igrejas recém-formadas ou para ajudar os responsáveis por pastoreá-las e administrá-las.

No livro de Atos dos Apóstolos, se relata como a fé cristã começou a propagar-se pela Palestina, Ásia Menor e diversos pontos da Grécia, nos anos que se seguiram à ascensão do Senhor. A rapidez dessa expansão veio, muito cedo, revelar que o trabalho missionário não se reduzia a promover pequenos grupos de crentes em diversos lugares, mas exigia, também, manter com as novas comunidades um relacionamento vital que contribuísse para edificá-las espiritualmente e para orientar a sua conduta de acordo com os preceitos da sua fé em Cristo. Como conseqüência de tal necessidade, o anúncio do evangelho, basicamente oral no princípio, teve de ser suplementado não muito tempo depois pela comunicação por carta. Isso tornou possível aos pregadores continuar o seu labor de extensão missionária sem por isso abandonar a atenção às igrejas já estabelecidas. 


As epístolas, como os demais livros do Novo Testamento, estão escritas em grego, o que não significa que o estilo literário epistolar estivesse especialmente difundido no mundo grego da época. Mas era um estilo muito difundido entre os romanos, que fizeram uso normal do correio como instrumento idôneo para vincular a metrópole com as legações políticas e militares de serviços nas províncias do Império. 

Epístolas Paulinas é como são conhecidas o conjunto de cartas do apóstolo Paulo reunidas no Novo Testamento.

Paulo escreveu as epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus Paulinum) são aquelas que tradicionalmente são atribuídas a Paulo:
  • Romanos
  • 1 Coríntios
  • 2 Coríntios
  • Gálatas
  • Efésios
  • Filipenses
  • Colossenses
  • 1 Tessalonicenses
  • 2 Tessalonicenses
  • 1 Timóteo
  • 2 Timóteo
  • Tito
  • Filémon
Prepare as lições, ore e coloque-se à disposção do Espirito Santo e o SENHOR fará abundar em ti a unção que precisas para conduzir seus alunos a Cristo.

Deus vos abençoe!

Objetivo

Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
  • Interar-se do tema da Epistola aos Romanos; conscientizar-se que a salvação é única e exclusivamente pela graça de Deus; saber distinguir o que é misericórdia e graça divina.

Para refletir

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23 – ARC).

A vida eterna é um dom gratuito, ou seja, uma dádiva de Deus por meio do sacrifício de Jesus na cruz. Você não pode comprar a vida eterna, e com certeza não a merece, mas ela é oferecida como um Dom Gratuito. O apostolo Paulo reitera esse ensino que a vida eterna com Deus de grátis. 

“Porque pela graça sois salvo, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.(Ef. 2:8,9)

Nenhum homem poderá estar diante de Deus na eternidade, e se gloriar que “comprou” sua entrada no céu. Ao contrário, todas as pessoas no céu estarão ali somente por causa do Dom Gratuito de Deus, que Jesus obteve com sua morte em nosso lugar na cruz. Como posso receber esse dom gratuito da vida eterna? Em (At. 16:25,33), o carcereiro perguntou a Paulo, “O que devo fazer para que seja Salvo?”Paulo respondeu: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e tua casa”.Você precisa crer em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal.

Texto Bíblico: Rm. 5.12-21.

Introdução

Este estudo inicia-se a respeito da epístola de Paulo aos Romanos, diante até da importância que este livro tem para a compreensão da vida cristã, vez que se trata da carta doutrinária mais bem elaborada do apóstolo Paulo e que, não sem motivo, ao longo da história da Igreja tem sido um dos mais discutidos textos por parte dos estudiosos.

As doutrinas da santificação e da justificação que se encontram embutidas na epístola e cujo estudo, como nunca, nos dias trabalhosos em que vivemos, se faz necessário.

Paulo, ao escrever sua carta à igreja que se encontrava em Roma, tomou como tema a justificação pela fé. Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo, a partir da expressão do profeta Habacuque, de que o justo viveria pela fé (Hc.2:4), constrói toda a explanação do que consiste a boa nova, o evangelho da salvação do homem na pessoa de Cristo Jesus.

Ao lermos a epístola aos Romanos, vemos qual a condição do homem diante de Deus por causa do pecado e como o Senhor, na Sua infinita graça e misericórdia, proporciona a salvação em Cristo e como esta salvação transforma a criatura humana, tornando-a um filho de Deus, um ser separado e livre do pecado, pronto a servir ao Senhor e a ser inundado pelo amor divino que foi o motor de todo este glorioso processo.

Na atualidade, muitos não compreendem o que é a salvação e como ela se opera na vida do homem. Ao estudarmos a epístola aos Romanos, com foco na doutrina da salvação (chamada pelos teólogos de “soterologia”), teremos condição de compreender aquilo que já sentimos e usufruímos e, assim, poder louvar a Deus com a profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus, assim como fez o próprio apóstolo, enquanto escrevia esta carta (cf. Rm.11:33-36).

ROMANOS

Autor: Paulo
Data: 56 d.C.
Tema: A justiça de Deus 
Palavras-Chave: Justiça, fé, justificação, lei, graça

Contexto Histórico

Quando Paulo escreveu Romanos, por volta de 56 d.C, ele ainda não tinha estado em Roma, mas vinha pregando o evangelho desde sua conversão em 35 d.C. Durante os dez anos anteriores, ele tinha fundado igreja através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Esta epístola é, portanto, uma declaração madura de sua compreensão do evangelho. Em Roma, a igreja havia sido fundada por outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu muito a respeito dos crentes de lá (16.3-15).

Ocasião e Data

É mais provável que Paulo tenha escrito Romanos enquanto estava em Corinto, em 56 d.C., fazendo uma coleta para ajudar os cristãos necessitados de Jerusalém (15.25-28,31; 2 Co 8-9). Ele planejou ir a Jerusalém com essa coleta, depois visitar a igreja em Roma (1.10-11; 15.22-24). Depois de ser revigorado e apoiado pelos cristãos de Roma, planejou viajar para a Espanha para pregar o evangelho (15.24). Ele escreveu para dizer aos romanos sobre sua visita iminente. A carta, provavelmente tenha sido entregue por Febe (16.1-2).

Conteúdo

O tema doutrinal global que Paulo procura demonstrar é que Deus é Justo. Apesar de tudo que aconteceu neste mundo - mesmo que todos os seres humanos sejam pecadores (1.18-3.20); mesmo que Deus não puna, mas perdoe os pecadores culpados (3.21-5.21); mesmo que os crentes possam não viver completamente de uma maneira coerente com a justiça de Deus (6.1-8.17); mesmo que os crentes sofram e a redenção final retarde (8.18-39); mesmo que os muitos judeus não creiam (9.1-11.36) - ainda assim Deus é perfeitamente Justo e nos perdoou através de sua graça. Devido a essa grande misericórdia de um Deus tão justo, devemos seguir um modelo de vida coerente com a própria justiça de Deus (12.1-16.27). Romanos relata a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade Dele (1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e suas implicações para os cristãos – a justificação (3.21-11.36) e a aplicação do evangelho à vida cotidiana (12.1-16.27).

GRAÇA X MISERICÓRDIA

A graça de Deus é o favor imerecido que Deus dá ao homem e mediante o qual nós alcançamos a salvação na pessoa de Cristo Jesus.

Mostrando que a salvação do homem não se dá por qualquer mérito humano, Paulo deixa bem claro que tudo é resultado do favor divino, um favor que o homem, por ter pecado, não merece receber. Este favor imerecido é a graça de Deus. Como diz o apóstolo aos efésios, “…pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef.1:8).

A existência da graça divina, no entanto, em absoluto significa que o salvo não tenha de obedecer a regras ou mandamentos. A graça não se confunde com a lei de Moisés ou com a lei da circuncisão, mas também não nos autoriza a pensar que o homem faz o que quer, quando quer, como, infelizmente, muitos, nestes nossos dias, têm ensinado. A liberdade decorrente da salvação não é e jamais será libertinagem.

O que é a Graça

A palavra “graça” surge, na Versão Almeida Revista e Corrigida, pela vez primeira, na Bíblia, em Gn.6:8, quando é dito que Noé achou “graça” aos olhos do Senhor e, por isso, foi poupado, com sua família, do dilúvio. A palavra original aí é “chen” ou “hen”. Esta palavra é “…empregada para significar a ação de um superior, humano ou divino, para com um inferior. Fala sobre favor imerecido…” (J.H. STRINGER. Graça, favor. In: J.D. DOUGLAS (org.). O novo dicionário da Bíblia, v.I, p.681). Esta mesma palavra aparece em outras passagens bíblicas, como em Gn.18:3, 19:19, 30:27, 33:15, 39:21; Ex.3:21, 11:3; 33:13; Sl.45:3, Zc.12:10.

No Antigo Testamento, também, temos outra palavra que é traduzida por “graça” na Versão Almeida Revista e Corrigida. É a palavra “hesed”ou “hesedh”, “…traduzidas centenas de vezes como ‘misericórdia’ e dezenas de vezes como ‘bondade’, ‘longanimidade’ etc. Lutero a traduziu por Gnade, a palavra germânica para ‘graça’. A despeito disso, não é exatamente o equivalente de graça. É uma palavra de dois fios, que pode ser empregada acerca de Deus e do homem; quando empregada acerca do homem, deixa subentendido um amor constante por outro ser humano ou por Deus. É freqüentemente encontrada em associação com a palavra ‘aliança’, e denota a atitude de fidelidade com que ambas as partes de um pacto devem caracterizar-se.(…) Snaith sugere a tradução ‘amor de pacto’ como o equivalente mais aproximado nas línguas modernas…” (J.H. STRINGER, op.cit., p.681). Esta palavra aparece, em passagens bíblicas como Gn.20:13, Et.2:9, Dn.1:9.

No Novo Testamento, a palavra “graça” é “caris” (χάρις), que, por sinal, na Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento) traduz tanto “hen” quanto “hesed”. ‘…’Graça’ (…) inclui a idéia do poder divino que equipa o homem a viver uma vida moral.…” (J.H. STRINGER, op.cit., p.682). “…Dentro da teologia cristã, a ‘graça’ veio a indicar o favor divino, gratuitamente oferecido, com base na missão de Cristo, recebida através da confiança humana na Palavra de Cristo.…” (R.N. CHAMPLIN. Graça. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.2, p.953).

A graça de Deus traduz a bondade do Senhor e o Seu desejo de favorecer o homem, de ser misericordioso com o ser humano, ainda que o homem não mereça esta benevolência divina, vez que pecou e se rebelou contra o seu Criador. Entretanto, apesar do pecado, Deus mostra Seu amor em relação ao homem, por intermédio da Sua graça. Assim, sem que o homem mereça coisa alguma, Deus providenciou um meio pelo qual o homem pudesse retornar a conviver com o Senhor. Assim, quando ainda éramos pecadores, enviou Seu Filho para que morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça divina. Em seguida, a todos quantos crerem na obra do Filho, Deus permite que venha a novamente ter comunhão com Ele, ainda que imerecidamente. É este favor imerecido que consiste na graça de Deus.

OBS: “…Graça significa propriamente o favor de Deus, ou a boa vontade que Deus nos traz, pela qual Ele está disposto a nos dar Cristo e a nos derramar o Espírito Santo com os Seus dons.…” (Martinho LUTERO. Commentary on Romans. Trad. J. Theodore Mueller, p.XVI) (tradução nossa de texto em inglês).

O que é misericórdia?
Misericórdia é o amor em ação. Deus nos perdoa sem merecermos, pois não temos a mínima condição de merecer, e nem de pagar por isso.

Ef.2:3-5 diz: “... e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).”

Uma boa maneira de entender o significado da misericórdia é perceber como ela se relaciona com a graça:
  •  Misericórdia - não receber aquilo que você merece / punição impedida, contida.
  • Graça - receber aquilo que você não merece / favor sem mérito algum de nossa parte.

A GRAÇA DE DEUS ONTEM E HOJE

"A natureza da graça não comporta compulsão. Gota a gota ela cai, tal como a chuva benéfica do céu. É duas vezes abençoada, por isso que enaltece quem dá e quem recebe. É mais possante junto dos poderosos, e ao monarca no trono adorna mais do que a coroa. O poder temporal o cetro mostra, atributo do medo e majestade, do respeito e temor que os reis inspiram: mas a graça muito alto sempre paira das injunções do cetro, pois seu trono no próprio coração dos reis se firma; atributo é de Deus; quase divino fica o poder terreno nos instantes em que a justiça se associa à graça. Por tudo isso, judeu, conquanto estejas baseado no direito, considera que só pelos ditames da justiça nenhum de nós a salvação consegue. Para obter graça todos nós rezamos; e é essa mesma oração que nos ensina a usar também da graça. Quanto disse, foi para mitigar o teu direito; mas, se nele insistires, o severo tribunal de Veneza há de sentença dar contra o mercador." - PÓRCIA - O MERCADOR DE VENEZA - (The Merchant of Venice) - William Shakespeare.

O grande privilégio, que temos como cristãos, é saber que somos perdoados e que o perdão nos alcança através de Jesus Cristo. A ordem aos discípulos de "ir a todo mundo", foi simplesmente para proclamar a "Boa Nova" (Mc 16:15), para convencer todos os homens e para multiplicar os sinais visíveis da graça de Deus através de feitos poderosos e de curas.

Foi para pregar a metanóia, esta transformação radical, o despertar da consciência de culpa e a erradicação desta culpa: a humilhação do orgulhoso e a restauração dos angustiados. Não que a salvação tenha que ser conseguida. Ela já foi de uma vez assegurada a nós e a todos os que crêem. Tudo já foi consu mado.

“Pode Deus fazer com que eu me converta em um Cristão?” Te digo que sim, pois nisto descansa o poder do evangelho. Não pede teu consentimento, mas o obtêm. Não diz: “Quer ter isto?”, mas te faz disposto no dia do poder de Deus...O evangelho não quer teu consentimento, ele o obtêm. Põe fora de combate a inimizade de teu coração. Tu dizes, não quero ser salvo; Cristo diz que tu serás. Ele faz que nossas próprias vontades mudem de parecer, e então você clama: “Senhor, salva-me ou pereço!”- Charles Spurgeon.

Conclusão

Na Epístola aos Romanos, Paulo nos mostra que a Salvação não é uma idéia; é uma pessoa. É o próprio Jesus, impróprio Deus quem se dá. Em sua presença todos os debates intermináveis que despertam em nós o sentimento de culpa, to das as diferenças moralistas e nossas defesas contra os julga mentos de outros, tudo isto se esvai.

Salvação não é mais uma idéia remota de perfeição, para sempre inacessível; é uma pessoa: Jesus Cristo, que veio a nós, veio para ficar conosco, em nossas casas, em nossos corações. O remorso é silenciado pela sua absolvição. Ele substitui o remorso com uma simples pergunta, aquela que fez ao após tolo Pedro: "Tu me amas?" (Jo 21:15). Precisamos responder esta questão, e achar em nossa ligação pessoal com Jesus Cristo e a paz para as nossas almas.

Colaboração para EBDnet – Profª. Jaciara da Silva

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