terça-feira, 19 de março de 2013

LIÇÃO 4 - O DIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

COMENTARISTA: Ciro Sanches Zibordi

TEXTO BIBLICO- 1Co 3.6-15

 
ENFOQUE BIBLICO
 
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.” (2Co 5.10)
 
OBJETIVOS
 
Definir o Tribunal de Cristo, distinguindo-o dos outros julgamentos mencionados na palavra de Deus.
Encorajar os alunos a trabalhar no Reino de Deus com fidelidade e humildade por amor a Deus.
Enfatizar que todo trabalho feito com perseverança para o Senhor terá sua devida recompensa.
 
INTRODUÇÃO
 
Após o arrebatamento, todos os cristãos deverão comparecer perante Cristo para o julgamento. Eis a razão do Apostolo Paulo dizer: “Porem cada um veja como edifica” (1Co 3.10-17), manifestar se a, a obra de cada um, o Dia a demonstrara, revelando-a por meio do fogo, aquela que permanecer nos dará o galardão. Mas há os que serão salvos através do fogo. O que significa isso? É o mesmo que a pessoa estar no décimo andar de um edifício e derrepente o mesmo arde em chamas, os bombeiros consegue arrancar aquela pessoa do lugar apenas de pijamas, pois estava dormindo e ao acordar tudo estava ardendo em chamas. Está vivo, mas perdeu tudo que tinha, é a situação de alguns que hoje dorme, caso não venha a despertar, serão salvos apenas como se estivesse de “pijamas”. Salvo como que pelo fogo, não sobrou nada de seus 40, 30, 20, 10 anos de fé. Que Deus nos ajude e que nós nos esforcemos a trabalhar com fidelidade, humildade e amor na obra do Mestre. Esteja certo agindo assim teremos galardão.
 
O TRIBUNAL DE CRISTO
 
O crente não será julgado como pecador, nessa condição ele já foi julgado em Cristo, quando no Calvário ele morreu. Também não será julgado como filho, pois esse processo se deu durante a vida. No Tribunal de Cristo o crente será julgado como servo é o seu serviço prestado que estará em julgamento. Todos os que comparecerem ao tribunal de Cristo estarão salvos, não perderão mais a salvação, pois o mesmo já se dará nos céus (2Co 5.10; Lc 14.14; Ap 22.12).
 
Durante a nossa vida aqui temos prestados serviços para o Reino de Deus, alguns mais outros menos, são esses serviços que apresentaremos ao Senhor. Assim que a Igreja for arrebatada, os salvos comparecerão diante desse tribunal. A pergunta é: Já não estamos salvos? E por que esse tribunal? A salvação é pela Graça e Misericórdia de nosso Bondoso Deus, agora uma vez salvo devemos reconhecer e dentro de nosso livre arbítrio prestar lhe serviço, fazer isso com gratidão e adoração. O evangelista Lucas fala de uma mulher que soube que Jesus estava à mesa na casa de certo fariseu, ela levou um vaso de alabastro com ungüento e regava os pés de Jesus com lagrimas enxugava como os cabelos e ungia com o ungüento.
 
O fariseu que convidou Jesus para estar em sua casa não gostou da atitude da mulher e reprovou o comportamento de Jesus. O Mestre contou lhes a parábola dos dois devedores, um devia quinhentos dentários e outro cinqüenta, ambos não podia pagar seus credores, foram perdoados. O que tinha maior divida ficou mais grato, concluiu o fariseu. (Lc 7.41-50)
 
Quando achamos que nosso trabalho é para o pastor, fazemos a obra de Deus de acordo com o tratamento que recebemos do pastor ou do ministério. O fariseu levou Jesus em sua casa, certamente ele de suas posses serviria ao Mestre uma boa ceia. E é interessante, o serviço para o Reino de Deus, não é recompensado quando eu faço da sobra, mas quando eu vou alem das minhas possibilidades, o ungüento usado era caríssimo, ela deve ter trabalhado muito, uma vez que não era de muitas posses (Jo 11.2). Há muita gente enganada com essa doutrina, pensam que a recompensa é o cargo que ele vai receber no dia da consagração. Ter ministério não é recompensa de trabalhos prestados para o Reino de Deus, ministério é uma vocação, um chamado divino, para o trabalho. Será exigido de cada um que se ache fiel na hora da prestação de contas.
 
a) Será julgado todo o trabalho do cristão feito para Deus – como administramos os nossos bens? Perguntei certa vez numa igreja: do que ganhamos quanto sobra? A maioria disse 90%, uma vez que 10% é o dizimo do Senhor. Bem! Eu diria que os 10%, quando somos fieis estão garantidos, receberemos por ele, mas como gastamos os 90%? O dinheiro é seu, faça o que bem quiser com ele (At 5.3,4). Mas não se esqueça da prestação de contas, naquele dia muitos, vão dizerem: eu deveria ter contribuído mais, ter sustentado missionários, ajudado aquele irmão quando necessitado etc, etc.. Cuidado com as aplicações, na há pecado, mas aplicando no Reino de Deus, recebera por isso. Também haverá o julgamento dos dons, esses dados por Deus a igreja para edificação muitos se omitem. Talentos que são desperdiçados com coisas banais desta vida, enquanto poderia ser usados no ganhar almas para o Reino de Deus. Trabalhe procurando o máximo de qualidade, não se preocupe muito com a quantidade.
b) A nossa conduta estará em julgamento – o procedimento de cada cristão em particular. Como você age? Em vários lugares a Bíblia ensina a agir com sobriedade. Ajamos assim.
c) O nosso relacionamento com os irmãos – é o reto juiz, ninguém escapará, as injustiças que aqui cometemos para com nossos irmãos, estarão sendo julgada no tribunal. Devemos dar um tratamento de qualidade a nossos irmãos.
 
O certo é que cada crente passará diante de Cristo, haverá galardão aos que suportarem as provações, recompensa aos que sofrem com paciência por causa do Senhor, aos que praticam atos de bondade, movido por amor, terá galardão, até mesmo um copo de água fria, proporcionará galardão.
 
O contrario também irá acontecer, a perda de galardões àqueles que agem aqui com preguiça, são salvos, mas deixam as coisas de Deus para quando der certo. E quando fazem, é relaxado. Ficará envergonhado no tribunal de Cristo. Esse tribunal, não lançara ninguém no inferno, ele apenas recompensara os salvos, analisando a obra de cada um, um juiz reto e justo, dará a cada crente segundo seu merecimento.
 
COMO DEVEMOS TRABALHAR NO REINO DE DEUS?
 
Vivemos em um mundo capitalista, a ganância tem tomado conta dos homens e isso até no meio do cristianismo. Há uma corrida por “quero mais”, ninguém se contenta com o que tem, temos visto as barganhas até no meio evangélico. Dias destes vimos pela TV, o descontentamento das pessoas que se acham lesados, pois deram dinheiro a uma determinada igreja e não receberam as promessas. É interessante, não quero aqui criticar a fé de ninguém, mas chamar atenção para um fato que é muito comum em algumas pregações. Os fieis são levados a crerem que dando certo valor serão retribuídos com o dobro ou mais, isto não é trabalhar para Deus. Pelo contrario, incita a pessoa em querer ter mais, ou comprar uma cura ou solução de problemas.
 
O trabalho no Reino de Deus deve ser feito com muita humildade e com grande zelo, nunca devemos trabalhar por ganância e nem para demonstração. O trabalho que fazemos com a intenção de sermos vistos não será recompensado por Deus. Às vezes temos a impressão de descaso dos homens por aquilo que fazemos, vez por outra há irmãos que se desesperam por essa razão e vão embora perdendo tudo. Não devemos agir assim, nenhum trabalho por simples que seja perderá sua recompensa, quando feito com amor e dedicação. Não devemos firmar a esperança em receber dos homens, eles nada podem fazer, pode sim beneficiar com cargos, posições, porem, isso fica por aqui mesmo e na maioria das vezes o beneficiado não consegue desempenhar a função a ele imposta como pagamento. A nossa recompensa vem de Deus, mesmo que não somos vistos pelos homens, nada passa despercebido diante do Pai celestial.
 
O trabalhador deve ser fiel, a fidelidade é algo de sumo importância no Reino de Deus, a parábola dos talentos mostra o quanto vale ao servo ser fiel em tudo (Mt 25.14-30). Os que foram fieis no pouco foram colocados em muito, ou seja, foram recompensados acima de suas expectativas e o que foi infiel no pouco, perdeu até o pouco que tinha. Mesmo que o trabalho confiado a nós seja pequeno, mesmo que pareça insignificante, façamos com alegria e fidelidade. Davi era um jovenzinho que cuidava das ovelhas de seu pai Jesse, acredito que ninguém o via como rei em Israel, talvez se ele contasse a alguém, seria criticado e zombado. O serviço rude e simples o jovem Davi fazia com amor e dedicação, defendendo as ovelhinhas dos lobos, dos leões a ponto de lutar com elas. O resultado de sua fidelidade para com seu pai terrestre, cuidando dos animais de sua família com amor e dedicação, foi a coroação dele como rei em Israel e mais, o nome Davi na Bíblia é único, não há mais ninguém no Livro Santo com esse nome. Que recompensa? Como você está fazendo a obra de Deus?
 
HAVERÁ RECOMPENSA?
 
Certa vez li em um livro que não possuo mais e por essa razão não tenho a fonte, o autor contou uma pequena historia de um mordomo muito obediente a seu senhor. Diz o autor daquele livro que o senhor do mordomo mandou que ele construísse uma casa, deu a ele a liberdade de ir ao cofre e gastar o que precisasse, mas fizesse a casa como ele achasse por bem. O mordomo preparou o terreno, contratou o construtor, comprou o material e no tempo determinado a casa estava pronta. O patrão veio para a inauguração, fez elogios ao mordomo, desatou a fita inaugural e após o discurso, chamou o mordomo e disse: essa casa é sua, pelos serviços a mim prestados, tenho grande alegria em presenteá-lo com essa bonita casa. O mordomo entrou em prantos e chorou, chorou como quem está inconformado, seus amigos foram ao encontro e quiseram saber qual o motivo do choro e ele então declarou em meio a soluços: é que eu tive a oportunidade de fazer a melhor casa do mundo, no entanto procurei tudo do mais barato, economizei tanto com medo de meu senhor, portanto agora tenho que me contentar com esta casa de baixo valor.
 
Seremos sim recompensados, mas veja cada um como esta construindo, os cofres da graça estão abertos ao nosso favor, o Senhor nos deu a oportunidade para trabalhar. Não somos robotizados, ou metodizados, somos livres para fazer, com ouro que significa a expressão máxima de tudo o que se pode fazer para Deus. Esse metal era usado no santuário, indicando a divindade de Cristo e a Gloria de Deus. Construímos com ouro quando há desaparecimento total do eu. Outro material com o qual podemos construir é a prata, era usado na base do tabernáculo e exigido 5 gramas tanto do rico quanto do pobre, fala da aproximação total entre Deus e o homem, indicando a morte expiatória de Cristo na cruz do calvário. Construímos com prata quando há comunhão irrestrita com Deus, um tem prazer com o que o outro faz. O terceiro material é a pedra preciosa, não encontrada encima da terra, mas nas profundidades, o crente precisa ser cheio do Espírito Santo, trabalhar mergulhado nesse poder.
 
Os três materiais citado acima no julgamento resistira ao fogo, mas Paulo adverte sobre outros três que queimarão. São eles: Madeira, que significa obras puramente humanas, aquele formalismo visto em algumas pessoas que vivem apenas de obras sociais e agem com farisaísmo (Mt6.2; 16.6). O segundo material que não resistira ao fogo é o feno, que simboliza as obras da carne, aqui fala com os racionalistas, fazem apenas aquilo que lhes vem a cabeça, não obedecem a ninguém, quando em vez ele vem a igreja, parece indiferente, tocam e vão embora, cantam e ficam do lado de fora do templo. É o saduceu com seu fermento (Mt 6.25,31,32; 16.6). E finalmente pode se também construir com palha, não precisa nem dizer o que acontece com a palha junto ao fogo, na igreja tem muita gente hipócrita, político, é o irmão do jeitinho, tem jogo de cintura. (Mc 8.15) Jesus chamou a hipocrisia de fermento de Herodes.
 
Construir com ouro, prata e pedras preciosas, da muito trabalho, mas tem recompensa, pois uma vez que no trabalho você desaparece e reconhece o sacrifício de Cristo, levando assim uma vida de profundidade e submissão a Deus. Agora é fácil construir com madeira, feno e palha, não custa muito ser formal, fazer o que pensa e o que quer, levar uma vida de mentira, ou seja, dizendo que é aquilo que na verdade não o é. Você é quem sabe, espero que não haja como aquele mordomo, é melhor chorar aos pés do Senhor em oração e jejum do que chorar porque deveria ter feito e agora não dá mais tempo, pois já é o tribunal.
 
CONCLUSÃO

“Portanto meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, o vosso trabalho não é vão.” (1Co 15.58 EC – VIDA)
 
OBRAS CONSULTADAS

SILVA, Antonio Gilberto – Escatologia Biblica – adp. A EETAD – 2ª Ed – Campinas 1997

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