COMENTARISTA: Verônica Araujo
TEXTO
BIBLICO; Mt 22.36-40
ENFOQUE
BIBLICO
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus; e
qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” 1Jo 4.7
OBJETIVOS:
Explicar os diferentes tipos de
amor
Encorajar a pratica do amor ágape
Demonstrar essa característica do
fruto do Espírito no relacionamento cristão.
INTRODUÇÃO
“O amor nunca falha. Mas havendo profecias, cessarão; havendo
línguas, desaparecerão; havendo ciência,passará.” (1Co 13.8)
OS DIFERENTES TIPOS DE AMOR
O amor se define como sendo mais que um sentimento entre duas
pessoas; ele é uma autodedicação voluntaria amorosa e recíproca entre duas
pessoas. É viver um para o outro para fazê-lo feliz, reciprocamente é um
comprometimento sincero, sem esse comprometimento ele não é verdadeiro. Os
gregos foram os primeiros a estudar de modo sistemático e cientifico os
fenômenos afetivos do amor. Concluíram:
- O amor instintivo – “Eros”
- O amor afetivo - “Storge”
- O amor fraternal - “Phileo”
- O amor divino - “Agape”
“Eros” (físico sexual)
É o amor centrado na paixão, amor que toma.
Expressões:
- Você me faz bem;
- Você é meu/minha;
- Você é lindo (a);
- Eu amo você porque você me faz feliz.
É o amor
centrado nas formas do corpo do ser amado, carnal, sensual, baseado nas
emoções, sozinho ele é erótico, egoísta, interesseiro, permissivo, pecaminoso.
Ainda é leviano, irresponsável, descontrolado, exatamente o que está
acontecendo com muitos jovens escolhem seus namorados (as) apenas motivados
pelo Eros, tem relacionamentos sexuais antecipados engravidam e a
irresponsabilidade de ambos não os permitem se assumirem, não foi feito um para
o outro, mas só se descobre tal coisa depois.
O amor Eros,
tem como expressão o “amor é cego”, temos na Bíblia exemplos de amor Eros, (Pv
7.18), é totalmente humano voltado para o sexo. Vem daí a palavra, “erótico”,
esse amor aparece como já disse por alguma coisa centrada no corpo ou na ação
momentânea da pessoa objeto, quando tais características desaparecem esse amor
morre. Eros é alimentado por uma filosofia que liga o jovem estimulando-o ao
extremo da sensualidade de ambos. A mulher exibe seu corpo desnudo, levando-os
ao máximo do prazer sexual, ela participa desse ato apenas como objeto sexual,
enquanto que o homem participa como macho egoísta, assim que as bases físicas
terminam os casamentos são destruídos.
Portanto esse tipo de amor somente não serve para o jovem crente
que precisa se conhecer, noivar e relacionamento sexual só após o casamento. É
claro que aos que se casaram apenas no amor erótico e agora estão em
dificuldades, Deus é misericordioso e o amor pode crescer, na medida em que for
cultivado.
Philos (amizade)
É o amor para com o próximo, filantrópico, social, amor
comunitário, patriótico. É uma pena que esse tipo de amor esteja desaparecendo
no planeta e deixando apenas a aparência. Esse tipo de amor é necessário até
entre marido e mulher, permite haver fraternidade entre ambos (Ct 5.1). O
compartilhar e a reciprocidade são conhecidos no philos, embora ele seja também
deficiente, por funcionar enquanto o outro lado se manter correspondente.
O amor philos lida menos com o corpo e mais com a alma – o intelecto, as
emoções e a vontade. A palavra mais próxima é amizade (Tg 4.4), o verbo é usado
também no sentido de gostar, ser amável (Jo 21.15,16). É um tipo de amor menos
egoísta que o éros, mas é ainda deficiente como já disse por contemplar o
prazer e a realização nos interesses pessoais. O philos permite que escolhemos
apenas as pessoas boas e interesantes como amigos, enquanto o Eros diz a minha
felicidade é importante o philos permite dizer a nossa felicidade é importante.
É um tipo de amor importante no casamento para manter amizade entre marido e
mulher e filhos, assim como os parentes de modo geral.
Storge (familiar)
É conhecido como amor romântico, familiar, domestico e conjugal, é
um tipo de amor realista, exigente, gradativo, duradouro, leal é altamente responsável.
Esse amor não está centrado no físico (Eros), não é apenas recíproco (philos)
ele é amor em todos os momentos. Uma mãe pode amar um filho doutor, respeitador
de seus deveres como cidadão, mas seu amor não é diferente para com o outro
caso seja desrespeitador da lei (Sm 21.10,11). Esse tipo de amor tende a
desaparecer quando os alicerces da família se desmoronam (Rm 1.31) (pais
separados, homoafetivos, adoções duvidosas). É preciso esforço de cada membro
da família para que o projeto divino se concretize.
Ágape (amor incondicional)
Deus é a personificação deste amor (1Jo 4.8,16)
Jesus é o perfeito exemplo deste amor (Jo 3.16)
Descrito com perfeição (1Co 13)
O crente nascido de novo é possuidor deste amor (1Jo 3.14)
Este amor é como a chuva que cai sobre os justos e injustos, uma
ilustração clássica esta registrada no evangelho de Lucas 10.29 -37, não há
atração física (Eros), não havia reciprocidade, um judeu e o outro samaritano
nada o ferido tinha para oferecer. Qual a razão do viajante ajudá-lo? Um ser
humano é semelhante ao outro quando o ágape funciona.
O amor ágape não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa
amada, mas por Deus. O ágape não é apenas 50% - 70%, ele é uma doação
100%, não espera nada em troca. O ser humano por si só jamais conseguira ser
assim. Ágape é o amor divino (Rm 5.5) só na conversão ele opera. Você é capaz
de dizer a alguém eu ti amo sem ter o porquê?
A PRÁTICA DO AMOR AGAPE
Conta - se uma historia que se passou durante a segunda guerra
mundial. Aconteceu num campo de concentração “Nazi”, que um prisioneiro fugiu.
Quando as autoridades descobriram, forçaram os companheiros de cela a
confessarem como ele tinha fugido. Mas, como ninguém ousava falar, então o
oficial mandou fuzilar metade daqueles prisioneiros. A lista foi feita, e entre
os condenados estava um homem, que costumava maltratar os cristãos que estavam
com ele na mesma cela. No dia seguinte, levaram todos os prisioneiros a
assistir. Exclamou o oficial: “Assim acontecerá, a todos aqueles que tentarem
fugir deste campo...” Quando um destes cristãos que estava na mesma cela, o
interrompeu dizendo: “Eu não fui condenado, mas se me é permitido, eu tomo o
lugar daquele homem que sempre me criticou por eu ser crente...”
O amor ágape não esta baseado em sentimentos, nem em interesses
pessoais, o que possuímos de bom para que Jesus viesse a morrer na cruz por
nós? A resposta é que Deus amou (Jo 3.16), uma de suas virtudes é o amor, Ele
nos amou de modo incondicional, sem que nada tivéssemos para lhe oferecer em
troca. Alguém pode amar e deixar de amar o que não acontece com Deus ele é
amor. Este amor foi derramado em nossos corações quando nascemos de novo, bem
quando foi mesmo que nascemos de novo?
Nem todos os que estão na igreja são nascidos de novo, somente
aqueles que têm suas vidas regeneradas pelo Espírito Santo, e que é capaz de
gerar em si o fruto, ou seja, ter uma vida cheia e controlada pelo Espírito. Do
contrario jamais veremos a pratica do amor ágape, pois esse amor como já vimos
é diferente, o Eros pode vir pela visão, por palavras e é praticado por
interesse num objeto (sexo oposto), e a entrega é feita via egoísmo ou
interesse. O philos age na base do toma lá da cá, é recíproco, eu amo aos que
me amam, quando uma pessoa deixa de nos agradar simplesmente a tiramos de nosso
circulo de amizades. O storge exige que sejamos da mesma família, fala mais
alto o DNA. Mas o ágape só se consegue praticar estando cheio do Espírito
Santo, é o amor divino sem acepção, amar incondicionalmente até os nossos
inimigos.
A pratica do amor ágape não exige nada em troca, a parábola do
samaritano, mostra que o mesmo se doou por um homem que ele nem conhecia
e não disse quando ele sarar diga-lhe que me deve tanto. Fez exatamente o
contrario deixou certa quantia e ainda disse se precisar de mais pode gastar
que na volta eu acerto. Ele não procurou saber quem era aquele homem se tinha
dinheiro, se era funcionário de alguém, se tinha condições de lhe repor os
gastos, nada disso ele fez. Se quisermos praticar o amor de Deus temos que ser
assim, doarmo-nos totalmente sem reserva, contribuir com nossos dízimos e
ofertas sem querermos saber quem vai gastar ou aonde vai gastar trazer nossas ofertas
sociais na igreja sem procurar saber se quem esta recebendo está empregado ou
desempregado. E quando ajudarmos alguém não esperar reciprocidade (Mt
22.37-40).
O AGAPE NO RELACIONAMENTO CRISTÃO.
Existem vários cursos para que o relacionamento seja melhorado, já
há cultos para conseguir casamentos e outras coisas relacionadas. A Bíblia
ensina sobre o relacionamento cristão mostrando suas possibilidades, é
impossível aprender em escolas uma vez que dependemos do Espírito Santo, para
produção deste fruto, o amor ágape (Gl 5.22). Mas é em 1Corintios 13.4-7, que
temos a descrição perfeita deste amor.
a) O amor é sofredor “makrothymei” – capacidade de suportar o mal,
a injuria e a provocação, sem estar cheio de ressentimento, indignação ou
vingança. Faz com que a mente fique firme, exercendo o poder sobre as paixões.
b) O amor é benigno “chesteuetai” – é amável, generoso, cortês e
serviçal. A amabilidade está em seus lábios, em seu coração, suas mãos
estão abertas, faz com que a pessoa se torne útil, não apenas
aproveitando as oportunidades para fazer o bem, mas buscando-a. Tudo o que for
bom ele procura fazer.
c) Não é
invejoso, Não sofre com o bem dos outros, nem com seus dons, isso para ele é
benção de Deus para seu irmão, não sofre com a prosperidade do próximo.
d) Não trata
com leviandade, Não se ensoberbece Não há orgulho próprio no amor, não incha
com suas aquisições, o verdadeiro amor nos ensinara estimar nossos irmãos de
forma correta
e) Não trata
com indecência “ouk aschemonei” – não faz nada indecoroso, nada que seja comum
ou vil, mas se comporta em relação aos homens como convém à sua posição e à
nossa, com reverencia e respeito aos superiores, com gentileza e condescencia
para com os inferiores, com cortesia e boa vontade para com todos os homens.
f) Não busca os
seus interesses. O amor é inimigo do egoísmo, não deseja excessivamente o seu
próprio louvor, honra, lucro ou prazer.
g) Não se
irrita “paraxynetai” – aquilo que corrige a agudeza de temperamento adoça e
suaviza a mente, de maneira que ela não imagina repentinamente, nem continua
por longo tempo, uma emoção veemente.
h) Não suspeita mal. Não há lugar para a malicia, nem para a
vingança, não conclui o mal. Ele nunca terá suspeitas sem provas.
i) Não folga
com a injustiça. Não pensa mal de ninguém sem que aja provas muito claras, nem
se regozijará com as faltas e as quedas dos outros.
j) Folga com a
verdade. Alegra-se ao ver os homens moldados pelo poder transformador do
evangelho. Pessoas cheias do amor de Deus não se sentem bem com o pecado.
l) Tudo sofre
tudo suporta. “panta stegei, panta hypomenei” – a primeira tem a idéia de
cobrir, na verdade o amor cobre (1Pe 4.8). Não inflama nem publica as faltas de
um irmão, até que o dever exija. A segunda tem a idéia de manter se firme,
mesmo que alguém difame um irmão nosso por pecados cometidos entendamos o
seguinte: o amor que esta em nossos corações é capaz de perdoar e nos faz
manter firme amando o irmão e orando e ajudando-o na recuperação.
m) Tudo crê e
espera. Faz isso à bem dos outros, exerce a prudência e a simplicidade, nunca
faz julgamentos precipitados de outros.
CONCLUSÃO
“E ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna para o sustento
dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
amor, nada disso me aproveitaria”. (1Co 13.3 – EC)
BIBLIOGRAFIA
HENRY, Matthew – Comentário Bíblico do NT, Atos a Apocalipse – CPAD - RJ
2008, 1ª Edição.
TEIXEIRA, Leandro – Blog liberdade é pensar – outubro, 2007
GILBERTO, Antonio – apostila “A família Cristã” -SEBS
Colaboração
para EBDnet - Pr Jair Rodrigues
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Que bom ver você por aqui agradeço pela visita, e volte sempre estou a sua disposição para aprendermos juntos. Fique a vontade para comentar. Um grande abraço.