sábado, 28 de janeiro de 2012

LIÇÃO 5 – SALMOS FALAM DE DESEJOS DO CORAÇÃO

COMENTARISTA: Regia Carvalho

 ENFOQUE BÍBLICO:
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos.”

OBJETIVOS: 
Conceituar o termo coração sob a perspectiva bíblico-teologica.
Explicar o porquê o coração é enganoso.
Expor as maneiras pelas quais podemos limpar o coração.

INTRODUÇÃO:

Neil T. Anderson disse que os pensamentos desenfreados são como um trem sem freios. E isso com certeza levam a desejos incontroláveis, ele conta de uma pessoa que estava fazendo regime para emagrecer, que resolveu dar uma volta, mas com propósito de não passar perto de supermercado, caminhando, caminhando ela resolveu passar perto do supermercado, mas não entrar. Momentos depois já a porta do supermercado pensou vou entrar, mas ficarei longe das guloseimas, depois pensou vou olhar, mas não vou tocá-las, bem vou mexer nas guloseimas, mas não comprarei nenhuma, comprarei, mas não abrirei, abro, mas não cheiro, cheiro, mas não provo, provo, mas não como, como, como, como.  (Vitoria sobre a escuridão pg 152). Bem a ilustração serve para nos ensinar o seguinte, a nossa vitoria esta no primeiro momento, naquele olhar da coincidência, nossa relação com o pecado termina nesse momento. O rei Davi viu uma mulher tomando banho, nada demais, o problema foi à seqüência (2Sm 11.1-4; 12.1-12)

I - O QUE É DESEJO?


O dicionário define desejo como: ato de desejar; cobiça; apetite; aspiração (Globo). Portanto desejar é querer, apetecer, ambicionar, ter gosto, vontade (1Cr 11.17). Podemos classificar três tipos de pessoas, analisando pelo desejo ou vontade.
  1. Os naturais – são aqueles que querem levar uma vida independente de Deus, lutam com sentimentos de inferioridade, inutilidade, culpa preocupação e duvidas. Suas mentes carregadas de pensamentos obsessivos, seu emocional cheio de ressentimentos, ansiedades são depressivos. Espiritualmente estão mortos (Ef 2.1-3), à vontade ou o desejo deles é andar segundo a carne (Gl 5.16 -18).
  2. Os espirituais – esse foi transformado e agora é moradia do Espírito Santo, quanto a carne crucificada com Cristo (Rm 8.8), seu corpo é Templo do Espírito Santo (1Co 6.19), sua mente é transformada (Rm 12.2). Suas emoções são paz e alegria (Cl 3.15; Fp 4.4), sua vontade é o viver cheio do Espírito (Gl 5.16-18; Sl 84.2). 
  3. O carnal – são aqueles que estão na igreja, mas seus desejos são carnais, são de emoções instáveis, mente dupla, pessoas de vida espirituais apagadas, raramente andam segundo o Espírito, seus desejos são freqüentemente os da carne. (Nm 11.4,33,34)
(Vitoria Sobre a Escuridão pgs 81 a 86)
Alguns Salmos deixam bem claros a agonia da alma em momentos difíceis como também a alegria. O Salmo 42, por exemplo, fala do anseio da alma por servir a Deus no templo, já o 13, Davi esta ansioso para sair de uma situação de extrema tristeza. Alguns outros lembram momentos de felicidades como o salmo 126, desejos que podem ser expressos em nossos corações tanto o de querer sair de uma situação, quanto o de alegria por uma benção recebida. (Sl 37.4)

II - CORAÇÃO NA PERSPECTIVA TEOLOGICA.

Que resposta você daria caso um de seus alunos pergunte: “Professor (a), é verdade que Deus quer apenas o nosso coração?” Bem outro poderia ir mais além e perguntar sobre o transplante de coração, na sua curiosidade ele gostaria de saber: quando o receptor acorda da anestesia, porque os desejos não são do doador? 

Qual seria a sua resposta? Durante muitos anos ouvi uma resposta abaladora para a primeira pergunta: Deus não é açougueiro, outras vezes a resposta foi: lá no céu não tem açougue. Já a segunda pergunta é deixada no campo dos mistérios, pouca gente tem coragem de explicá-la.

Explicar o que é o coração em linguagem cientifica para muitos será fácil, temos professores ligados à área da biologia e alem do mais temos boas enciclopédias, slides, fotos que poderão ser mostrados nas classes, mostrando assim o funcionamento do coração. Mas a palavra como está na Bíblia em algumas passagens, mostram que não esta falando desse músculo de carne. Portanto as respostas acima é apenas uma porta de escape, podemos explicar que do coração procede às saídas da vida (Pv 4.23 – tato, paladar,olfato,visão e audição – as cinco avenidas que nos leva ao mundo exterior, por esses sentidos nos relacionamos com a exterioridade). Esse texto muito bem entendido pelos judeus, no Oriente Próximo o coração era considerado a sede do intelecto (Pv 14.33).

Era a fonte da estabilidade para quem quisesse ter uma vida justa e sabia (1Rs 3.5-9). Logo entendemos que o músculo que bombeia o nosso sangue, é de carne, pode ser transplantado, pode adoecer como qualquer outra parte do corpo (Sl 45.5; 139). Mas ele é o representante da alma e às vezes a Bíblia o menciona como sendo o homem na sua tricotomia, então quando falamos do coração, devemos ter em mente que para o judaísmo ele é a sede do intelecto. Deus quer apenas o coração? Se conseguirmos fazer essa entrega, estamos nos disponibilizando totalmente ao nosso Criador (Sl 119.2,7, 10, 11, 32, 34, 36, 58, 69, 112), esses e tantos outros versículos estão se referindo ao intelecto, ao homem na sua totalidade, não ao órgão apenas, ele é citado como o representante da alma. 

O apostolo Pedro da uma importante recomendação “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15 - RC) as nossas respostas devem ser racional, para que os alunos ou quem nos perguntam saibam com quem eles estão falando. 

Ao respondermos que Deus não é açougueiro, no céu não tem açougue e no caso de transplantes respondermos: seja isso lá com Deus? Estamos com isso nos colocando no campo da ignorância. Mas, ao explicar o que é coração no sentido teológico e no sentido biológico, conseguiremos mostrar ao interessado ou zombador, que o coração entregue a Cristo e é isso que ele pede, significa que estamos colocando em suas mãos os nossos desejos, conseguiremos assim sermos melhores, assíduos aos cultos, dizímistas, obedientes a Palavra etc..

III - PORQUE O CORAÇÃO NOS ENGANA

A nova vida em Cristo, não nos permite viver no pecado, todavia somos traídos pelos nossos desejos a praticar as coisas de antes. Neil T. Anderson faz uma comparação interessante, ele foi soldado da Marinha e durante alguns anos ele teve um comandante arrogante e mau, num determinado dia o velho capitão foi transferido e um novo comandante chegou; diz ele que durante um bom tempo agiu com insegurança, pois tudo o que ele sabia tinha apreendido com o velho capitão e o novo era totalmente diferente, conforme ele foi conhecendo o novo comandante, compreendeu não tratar de um tirano como o anterior, a intenção do novo não era dificultar suas vidas e sim ajudá-los.

Assim era a nossa vida anteriormente, o comandante era Satanás, um comandante mau, egoísta, tinha por objetivo acabar com nossas vidas. Fomos transferidos para a caravana da graça, o comandante é Cristo (Cl 1.13), já não somos mais guiados pelo velho, mas porque pecamos? Porque continuamos com alguns hábitos da antiga caravana? É que o velho nos treinou nos condicionou a suas ações, aos seus padrões de pensamentos.

Precisamos fazer uma distinção cuidadosa, voltando ao nosso primeiro ponto sobre o homem carnal, espiritual e natural, da então para perceber que há um processo chamado santificação, quanto a nos tirar da caravana de Satanás, foi serviço de Deus, agora deixar os hábitos antigos a responsabilidade é nossa (Rm 8.12) (Vitoria sobre a escuridão pgs 72 a 74)

O apostolo Paulo fala do conflito que há entre a graça e a corrupção (Rm 7.14 -25; Gl 5. 17), vez por outra ele se via traído, pelo seu desejo, queria agir de um jeito e agia de outro.
  1. Paulo se considera carnal vendido ao pecado (Rm 7.14) – ele esta se referindo ao pecado de Adão, devido a isso fomos gerados em pecado e nascemos como um escravo pobre que nasce na casa de um senhor de escravos, ele não queria nascer ali, mas nasceu logo o senhor dos escravos tem poder sobre ele.
  2. Vivia numa constante luta (Rm 7.15) – os sentidos que nos coloca ao exterior está corrompidos, a corrupção é tão forte que Paulo, lutava para alcançar a perfeição e se via longe dela, quanto mais ele lutava para santificar-se, mais a sua natureza o arrastava para outro lado.
  3. Ele se via como um purulento (Rm 7.18) – com a velha natureza ao lado não deixa o homem cumprir um bom dever.
  4. Mas vejo em meus membros outra lei (Rm 7.23) - uma lei que controla e reprimem os bons impulsos, a parte não regenerada trabalha incessantemente contra a porcentagem regenerada.
  5. A lamentação do apostolo (Rm 7.24) – Paulo lamenta ter que viver aqui nesse corpo de carne, um corpo mortal e agonizante.
Enquanto aqui vivermos, seremos traídos pelo nosso coração. Não é só na vida espiritual, a vida amorosa, por exemplo, algumas pessoas sofrem fortes golpes com isso, quem não conhece entre os adolescentes alguém que cultiva uma cega paixão, todos estão vendo, somente o apaixonado está cego e sendo enganado pelo seu coração. Alguns conseguem em tempo oportuno abrir os olhos e enxergar, outros permanecem no engano e só conseguem num momento tardio perceberem.

Como é triste ver alguém sendo levado por uma paixão cega, conheci um moço que se apaixonou de tal maneira que ficou desiludido da vida quando a moça que ele gostava casou-se com outro, não queria casar com mais ninguém. Tempos depois aquela moça pela qual ele era apaixonado ficou livre do casamento e então se casaram, caso ele continuasse solteiro e desiludido não teria conhecido tamanha desgraça. Portanto cuidado com o coração, não se deixem levar pelos seus desejos. 

IV - COMO LIMPAR O NOSSO CORAÇÃO?

O coração age como um recipiente recebe e guarda o que nele colocamos, e a partir daí somos controlados pelo que há nele (Mt 15.18). Como podemos sujar o nosso coração? (Mt 15.19)
  1. Maus pensamentos – quem pode impedi-los? É o primeiro a agir em nossa natureza pecaminosa, hospeda em nós sem pedir permissão gerando fantasia e imaginações carnais, surgindo assim planos maldosos e maquinações maldosas contra o nosso semelhante.
  2. Mortes – a maldade no coração do homem faz com que ele tenha a coragem de atentar contra a vida de seu próximo. Não é somente tirar á vida de alguém que o trona homicida aquele que odeia a seu irmão já é considerado homicida por desprezar a vida de alguém (1Jo 3.15)
  3. Adultérios – um coração devasso, cheio de impurezas e carnalidade, é um caminho aberto para a sensualidade e luxuria, antes do ato, primeiro precisam ser tramados no coração. Jesus disse que basta o olhar impuro de um homem para uma mulher, já pecou (Mt 5.28)
  4. Prostituição – semelhante ao adultério, podemos falar aqui sobre a fornicação, algo muito falado hoje na TV. Os não salvos não conhece prostituição como pecados chamam-na de prazer, de necessidade do ser humano, direito, profissão etc.. A Bíblia a chama de pecado, sujeira no coração.
  5. Furtos – as trapaças, as injustiças, roubos e contratos ofensivos essas coisas estão alojadas no coração avarento (2Pe 2.14; Sl 62.10)
  6. Falsos testemunhos – esse pecado nasce numa combinação entre a falsidade e a cobiça, ou falsidade e maldade, no coração. A falta de amor contribui muito para o falso testemunho.
  7. Blasfêmias - falar mal a respeito de Deus, falar mal do próximo. O desprezo para com a Palavra de Deus, e para como nosso próximo. Blasfêmia é o transbordamento da amargura interior
Essas coisas são algumas das que contaminam o homem, deixando-o de alma feia. O coração cheio delas faz do homem um impuro diante de Deus, sua fala, seus gestos e atitudes revelarão o que há no coração.   O salmista perguntou: “como purificará o mancebo seu caminho?” ele esta perguntando de suas atitudes, diretrizes, os desejos do coração, como limpar?
  1. Pela Palavra – coloquem em um copo alguns elementos como pedaço de papel, pó de café, farinha de trigo e um pouco de água depois misture. Você terá um copo sujo, coloque-o em cima da pia e coloque nele água até transbordar, um litro, dois ou mais, você percebera que a sujeira aos poucos desaparecerá. Assim a Palavra de Deus faz, leia a Bíblia constantemente, viva transbordando a Palavra, que as impurezas não permanecerão em seu coração (Jo15.3,7; Sl119.11; Jo 17.17).
  2. Pelo enchimento do Espírito – pelo fruto se conhece a arvore. Paulo usa essa frase “enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18)  O verbo encher no grego:
- “pleroõ” –tornar cheio, encher ao máximo, ser enchido, tornado cheio – no sentido de encher as coisas (uma casa, uma rede etc..)
- “anapleroõ” – encher adequadamente, completamente – no sentido de encher para cima
- “antanapleroõ” – encher por sua vez.

Ainda há outras palavras, mas em todas elas, a idéia é não deixar espaço. Certa vez ouvi de um pregador a seguinte ilustração: “os ônibus nas grandes cidades, quando a lotação esta exagerada o motorista coloca uma placa com o seguinte dizer: “lotado”, quem esta no ponto já sabe que não há lugar. Assim é o crente dizia o pregador, quando estão cheio de Deus, eles podem andar pelas avenidas contaminadas de pecados nada lhes atingira, Deus esta ocupando todo espaço da vida dele.”

“Mas o fruto do Espírito é:” (Gl 5.22)

Onde há o Amor não há  lugar para o Ódio 
Alegria não permite que a Tristeza reine
Paz elimina a Guerra
Havendo Longanimidade não haverá Desespero
Benignidade dissipa a Malignidade
Havendo Bondade não haverá lugar para a Maldade
Fé faz fugir a Incredulidade
Mansidão não dará lugar ao Medo
E a Temperança não permitirá que haja Desgoverno.

CONCLUSÃO: 

A recomendação Bíblica é: “fugi da aparência do mal”, o forte desejo da carne está sempre dizendo: “isso parece tão bom!” um forte desejo de gozar das coisas daqui. O segundo passo é o desejo dos olhos que nunca se satisfazem, estão sempre dizendo: “isso parece tão bonito!”  Salomão disse: “O Sheol e a Destruição são insaciáveis, como insaciáveis são os olhos do homem” (NVI), os olhos pode levar todo o corpo a pecar (Mt 5.29; Sl 101.1-3), faça uma faxina em seus arquivos. O terceiro apelo vem do coração: “Ah! Se eu tivesse; Se eu fosse! Se eu experimentasse! Como gostamos de ser importante, tomar o lugar dos outros, ser aquilo que não nos compete.

Obras Consultadas:
Dicionário Vine – CPAD
Comentário Bíblico Novo Testamento - Mattheu Henry – CPAD
Vitoria sobre a escuridão – Neil T. Anderson – Bom Pastor
Vitoria sobre a tentação – Bruce H. Wilkinson- (Editor Geral) – Mundo Cristão
Colaboração para EBDnet - Pr Jair Rodrigues

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