domingo, 23 de outubro de 2011

LIÇÃO 7 - A REFORMA PROTESTANTE


COMENTARISTA: Silas  Daniel

TEXTO BÍBLICO

Romanos 1.16,17.

ENFOQUE BÍBLICO

“O justo viverá da fé” (Romanos 1.17b).

OBJETIVOS

Enfatizar os princípios da Reforma Protestante.
Estimular o amor à Palavra de Deus.
Salientar que o estudo sistemático da Palavra de Deus leva­nos a termos condições de identificar os erros e as heresias com maior facilidade.
Sugestão
1) As várias partes da vida de Lutero podem ser expostas por vários alunos.
2) Para o  final  do  trimestre, pode­se pedir que  a  classe  faça  em grupo uma  exposição  sobre  a Reforma. Fazer mapas e coloque no seu interior nome do reformador daquele país e uma pequena biografia, além de ilustração. Em outro lado da exposição, incluir a data oficial do início da Reforma, a causa direta da Reforma e seus princípios. Outro grupo, trabalhará com os pré­reformadores.
3) Escrever para esta aula, em um cartaz, os princípios da Reforma. Explique cada um. Ao fim da aula, pedir aos alunos que declarem quais os seis princípios estudados da Reforma.
4)Para reflexão: Devemos ter em mente que nossos juvenis estudam em suas escolas  sobre

Reforma. Temos, agora, a oportunidade dada por Deus de esclarecer, devidamente, o assunto.

Causas que contribuíram para a Reforma

1) O Renascimento. O novo conhecimento do grego permitiu o contato com a literatura, filosofia e arte gregas. Assim, a difusão da língua grega contribuiu para a leitura do Novo Testamento nessa língua. Assim, os que entraram em contato com o Novo Testamento grego puderam fazer comparações com o texto bíblico e os ensinos da Igreja. Assim, muitos desses estudiosos tinham um desejo forte de que acontecesse uma reforma.
2) A imprensa. Antes os livros eram penosamente copiados à mão. Agora, as novas idéias eram divulgadas. O primeiro livro a ser impresso foi a Bíblia.
3) O papel dos pré­-reformadores
Todos esses fatores têm a sua importância, poderiam levar à Reforma, mas para esta ocorresse poderia levar mais tempo. Mais um fato surgiu que apressaria a Reforma: a venda das indulgências. Essa constituiu a causa direta da Reforma.

LUTERO

Infância e primeiros estudos.

Nasceu em a 10 de novembro em 1483, em Eisleben, na Alemanha. 1483. Filho de pais pobres: eles lutavam para criar os sete filhos. O pai trabalhava nas minas de cobre; a mãe, além dos trabalhos do lar, carregava lenha da floresta nas costas. Os pais se preocupavam também com a educação espiritual dos filhos. O pai ensinou­ o a orar à noite; pedia a Deus que fizesse o filho lembrar do nome do Criador. A mãe ensinou a considerar todos os monges como santos; a considerar todas as desobediências da igreja como transgressões das leis de Deus.

Estudos de Lutero

Após seus primeiros estudos, aos o treze anos o pai mandou ­o para a escola franciscana da cidade de Magdeburgo. Nesta cidade, para obter seu sustento, pedia esmolas, cantando de porta em porta. Lutero era visto freqüentemente no confessionário. Recebia penitências, fazia boas obras para adquirir a absolvição como ensinavam. Lutero tinha sede de salvação; queria obter o perdão de seus pecados. Seus pais, então, enviaram­no para Eisenach, onde havia parentes de sua mãe. No entanto, não recebeu ajuda deles; assim, Lutero teve de continuar mendigando. Estava prestes a parar os estudos, quando Úrsula Cota, sensibilizada por suas orações na igreja, recebeu­o em sua casa: assim pôde estudar. Seu professor, João Trebunius, tratava muito bem a seus alunos, ao contrário dos mestres da época. Pouco tempo depois, os pais de Lutero conseguiram certa estabilidade econômica. O pai conseguiu alugar um forno para fundição: logo pôde adquirir outros fornos. Mais tarde, foi eleito vereador.

Na universidade

Aos dezoito anos, Lutero desejava cursar uma universidade.Seu pai enviou­o ao centro intelectual do país, Erfurt. O pai desejava que o filho se formasse em Direito. No terceiro semestre, Lutero já se tornara bacharel em Filosofia. Permaneceu quatro anos na universidade. Aos vinte e um anos, já era doutor em Filosofia.  Em Erfurt havia prédios que pertenciam à universidade, bem como oito conventos. Lutero passava grande tempo estudando em uma biblioteca da universidade. Ele sempre orava para ser bem sucedido nos estudos: “Orar bem é a melhor parte dos estudos” (Orlando BOYER. Heróis da Fé, p. 24).

OBS: O distinto Juvenil também ora, enquanto estuda? Seu pai desejava que ele se formasse em Direito, porém ele decidiu seguir a vida monástica. O pai ficou muito triste devido à opção de Lutero. Ele desejava um grande futuro para o filho. Na biblioteca da universidade, leu a Bíblia completa em Latim. Ao tomar contato com o texto integral da Bíblia, assim exclamou: ‘Oh! Se a Providência me desse em livro como este, só para mim’ (Heróis da Fé, p. 25).

Tinha sede de Deus.

Quando obteve, o grau de bacharel, devido ao estudo intenso ficou doente, quase morreu: a fome  pela Palavra era cada vez mais incessante. Em uma viagem para visitar a família, sofreu um golpe de espada e quase morreu; precisou dos cuidados de um cirurgião. Regressando da viagem da casa de seus pais, enfrentou uma terrível tempestade; não havia nenhum abrigo perto e um raio caiu a seu lado. Ele sentiu­se perto do inferno e gritou: “Sant’Ana, salva­me e tornar­me­ei monge!” Lutero chamou esse incidente de “A minha estrada, caminho de Damasco”.

Da universidade para o mosteiro

Cumprindo sua promessa, antes dos vinte e dos anos de idade, Lutero entrou para o mosteiro agostiniano em Erfurt, servindo nas mais humildes posições: coveiro, varredor da igreja e das celas dos monges. Praticava vigílias e jejuns prolongados e lutava contra maus pensamentos. Era ensinamento da época que afastar­se do mundo para viver em um mosteiro, era o caminho para a salvação.

OBS: Não é isolando­se que faremos a vontade de Deus. Em qualquer lugar, o mundo estará no coração, se não obedecermos a Palavra e permanecermos em oração.
Um dia encontrou na biblioteca do convento uma velha Bíblia latina.
Como Lutero conhecia bem a língua latina, pôde entendê­la.
Tão compenetrado ficou em sua leitura que abandonou suas orações, ficando com a consciência pesada. Ficou fraco, devido a tantos jejuns.
O vigário geral da ordem agostiniana, Staupitz, visitou o convento: entendendo a angústia de Lutero, ensinou­lhe que Deus é misericordioso e deu­lhe um valioso presente: uma Bíblia. Agora, Lutero tinha uma Bíblia só para si.

OBS: E nós que temos uma Bíblia a nosso dispor, estamos estudando­a?
Finalmente, Lutero foi ordenado padre. O pai, que tinha ficado desgostoso com a escolha de Lutero, desistindo de ser advogado, compareceu à cerimônia.

Lutero ensinando na universidade de Wittenberg

Staupitz convidou Lutero para ensinar Filosofia e Teologia na universidade em 1511, passando a residir nesse local. Tornou­se ardoroso estudioso e professor das Escrituras, especialmente de Romanos, Gálatas e Hebreus. Em 1512, já era doutor em teologia em Wittenberg.

Ocorreu a peste negra que fez vítimas na Europa. Professores e alunos fugiram de Wittenberg, porém Lutero decidiu permanecer na cidade.

OBS: Diante da insistência para que Lutero fugisse, ele foi firme na sua decisão: ‘Para onde hei de fugir? O meu lugar é aqui: o dever não me permite ausentar­me do meu posto até que Aquele que me mandou para aqui me chame. Não que eu deixe de temer a morte, mas espero que o Senhor me dê ânimo”  (Heróis da Fé p.31­32). Que lição para nós!

A visita a Roma

Em 1511, Lutero visita Roma.  Reza em igrejas e lugares considerados santos. Subiu a Santa Escada, uma escadaria que se afirmava ter sido trazida da casa de Pilatos. Em cada degrau, recita o Pai Nosso (para livrar seu pai do purgatório!).

OBS: Quando chegou ao topo de escada, veio­lhe à mente a pergunta: “Quem sabe se tudo isso é verdade?” (Robert Hastings NICHOLS. História da Igreja Cristã p.157).

A descoberta de Lutero

Em fins de 1512 e início de 1513, lendo Romanos chamou sua a atenção o texto: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Assim, a radiante luz lhe chegava à mente: a salvação concedida pela fé. Em Deus por meio de Jesus. Não dependia das obras praticadas pelo homem. Estudando mais profundamente sobre esta verdade, começou a pregá­la. Lutero continuou em Wittenberg durante quatro anos. Agora, podia explicar as Escrituras e a salvação. Estudantes, pessoas eram atraídas para a cidade a fim de ouvir seus sermões. Todos estavam sedentos de salvação.

O estopim da Reforma.

O papa Leão X necessitava de uma grande quantia para concluir as obras da atual catedral de São Pedro em Roma. Então, ofereceu as indulgências. O que era indulgência? Esta era um documento pelo qual se pagava uma quantia, pois se afirmava que o comprador ficava livre da penalidade do pecado. Pelos ensinamentos da Igreja Católica, o pecador deveria confessar os pecados ao sacerdote. Em vida, o pecador deveria cumprir uma penitência (um castigo). Assim, devido às indulgências, sacerdote declarava que o pecado das pessoas seriam absolvidos. O pecador poderia ficar livre de cumprir as penitências, se comprasse uma indulgência. Em 1517, em uma cidade próxima a Wittenberg apareceu o monge chamado Tetzel para vender indulgências oferecidas pelo Papa. O que podemos dizer das indulgências?  Em primeiro lugar, nenhum homem pode oferecer o perdão dos pecados: “Mas contigo está o perdão, para que sejas temido” (Sl 130.4). Em segundo lugar, era um ataque a Cristo e Seu sacrifício. Assim se expressou Pedro: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18). Em terceiro lugar, um convite ao pecado, pois as indulgências eram obtidas por meio de dinheiro. Assim, poder­se­ia pecar e “pagar­se” a ofensa com o dinheiro. Também as indulgências permitiriam a salvação das almas que estariam no purgatório.  Além de não existir o purgatório, ninguém poderia pagar o preço. Só Jesus pode pagar o preço por nossa salvação e Ele nos dá a perfeita salvação: “Nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele (pois a redenção de sua lama é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)” –  Sl 49.7­8

Lutero ergueu sua voz para protestar e ensinar contra as indulgências, pois estas não possuíam base bíblica.

OBS: “Tetzel ensinava que o arrependimento  não  era  necessário  para  quem  comprasse uma indulgência , por si mesma capaz de dar perdão completo de todo pecado” (Earle E. CAIRNS. O Cristianismo através dos séculos, p.235).

Lutero em 31 de outubro de 1517, véspera do dia de Todos os Santos, publicou as suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. Era hábito nas universidades afixarem­se em lugares públicos, a defesa ou ataque a certas idéias; que eram denominadas teses - afluía à igreja, as teses estarem  afixadas  em  lugar  bem  visível.  As teses atacaram principalmente a igreja ser mediadora entre Deus e o homem e o fato de conferir perdão especialmente os que pagavam pelas indulgências. As teses foram distribuídas na Alemanha, provocando a oposição do papa Leão X.

OBS: Alguns exemplos das teses de Lutero: “São inimigos de Cristo e do povo os que, em razão da pregação das indulgências, exigem que a palavra de Deus seja silenciada em outras igrejas” (53ª tese); “O verdadeiro tesouro da Igreja é o sacrossanto Evangelho da glória e da graça de Deus” (62ª tese)­ (H. BETTENSON. Documentos da Igreja Cristã, p. p.286, 287).

Outras publicações de Lutero assinalavam que todos os cristãos têm acesso a Deus por meio de Jesus. Opôs­se fortemente contra a afirmativa de que somente o papa poderia interpretar a Bíblia. Os ensinos de Lutero foram condenados e ele foi excomungado em 1520 em um documento do papa chamado bula (bula significa “selo”). A bula de Leão X foi queimada por Lutero diante do povo, e de professores e alunos publicamente em Wittenberg.
Em conseqüência dessa ruptura, Lutero deveria comparecer diante de um concílio. Lutero compareceu perante a Dieta em Worms em 1521. (Dieta significa uma assembléia religiosa). Lá estava o imperador e o representante do papa. A exigência era que Lutero se retratasse de seus ensinos, renunciasse às verdades que pregara e aos livros que escrevera. Depois de passar a noite em oração, Lutero tomou a sua decisão. Ele sabia dos perigos que corria, lembrava­se de João Huss, de como ele morrera queimado. Mas Lutero foi firme, não negou sua fé. Se Lutero recuasse, que isso representaria?  (Permita que os alunos respondam). Negar que o sacrifício de Jesus é insuficiente, afirmar que existem outros mediadores, a não ser o próprio Cristo, é negar a fé. Vale a pena lutar, quando temos certeza da nossa salvação em Cristo Jesus. Assim, Lutero se dirigiu à Dieta em Worms ao rei e aos representantes da igreja: “Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos ­ desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser evidente que já muitas vezes se enganaram e se contra disseram uns aos outros – a minha consciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não posso retratar­me, nem me retratarei de qualquer ciosa, pois não é justo, nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém”.

Embora tentassem prendê­lo, não o conseguiram. Ele pôde sair de Worms. Entretanto, ele corria perigo. Então, o príncipe da Saxônia, quis protegê­lo. Foi cercado por homens mascarados que o conduziram ao castelo de Wartzburg, na Turíngia. Aqui Lutero faria a sua maior obra; a tradução da Bíblia para o alemão. Sua fonte foram às línguas originais da Bíblia.

Na Alemanha, o interesse da Bíblia foi algo impressionante.

OBS: Na Alemanha, “todas as crianças sabiam ler e escrever; passagens importantes das Escrituras eram dadas como cópia para a escrita e também aprendidas de cor. Trechos dos Evangelhos  eram  conhecidos não apenas por seus pregadores, mas também pela classe tradicional e pelos mais  zelosos. A cada membro eram ensinados cuidadosamente os Evangelhos de modo que seus  inquisidores e os sacerdotes ficavam surpreendidos” (Frederick EBY. História da Educação Moderna,  p.25).

Mais tarde, Lutero casou­se com a ex­freira Catarina  von Bora. Dessa união, nasceram seis filhos.

Aos sessenta e dois anos, pregou o seu último sermão: “Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”.  Antes de passar para a eternidade, entre outras palavras, recitou João 3.16 três vezes e afirmou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me resgataste, Deus fiel”.

OBS: As portas nasquais foram escritas as 95 e teses foram destruídas devido ao bombardeio de 1760; mais tarde em 1812, substituíram­nas por portas de bronze. Nelas estão inscritas as 95 teses.

A Reforma se espalhou por vários países. Lutero vivia sob o perigo de poder morrer queimado. Mas se cumpriu a profecia de João Huss: “Podem matar o ganso (na sua língua, ‘huss é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar”. (Heróis da Fé, p.21).

Outros reformadores:

ß Na Inglaterra. Um dos dirigentes da Reforma foi William Tyndale. Traduziu a Bíblia para o Inglês a partir das línguas originais. Foi martirizado em 1536.

OBS: O grande desejo de Tyndale foi concretizado: “E acrescentou que se Deus lheconcedera vida, em poucos anos faria com que até mesmo um simples menino que trabalhasse detrás de um arado conheceria mais sobre as escrituras do que o próprio papa” (John FOX. O livro dos mártires, tr.Marta Doreto de Andrade e Degmar Ribas Júnior).

ß Na Suíça: Ulrico Zwínglio. Educado por um professor que lhe ensinava que a morte de Cristo era o único resgate.  Combateu a “remissão de pecados” que era ensinada por meio de peregrinação a um altar em Einsieldn. Seus escritos entraram até em um convento e as freiras converteram­se. Saíram do convento, ao observar que a vida de celibato e solidão era inútil. A Reforma prosseguiu com Calvino.

ß Na Dinamarca: Hans Tausen. 1494­1561). Frederico I permitiu a Tausen fazer o mesmo trabalho que Lutero fizera na Alemanha. Foi de especial ajuda pela publicação do Novo Testamento na língua dinamarquesa, em 1529. A ação reformadora de Tausen foi também obtida pelo apoio popular que estava inconformado com a corrupção do clero e a venda das indulgências. Em 1530, foi elaborada a confissão de fé luterana.

ß Na Escócia. João Knox. Devido a sal ousadia em pregar o Evangelho foi preso em uma galé de escravos na França durante dezenove meses. Em 1559, assumiu a direção do movimento reformador. Não desistiu, embora sofresse a oposição da rainha Maria da Escócia.

ß Na Hungria. O responsável foi Mateus Devay.

ß Na França. Jacques Lefevre pregou e escreveu a doutrina da justificação da fé. Mais tarde, a França sofreria grande massacre.

Os princípios da Reforma Protestante

Só a fé

A salvação é algo precioso.

Para obtê­la, obras, penitências, outros mediadores são infrutíferos. Somos salvos não por obras, mas por fé. Sacrifícios pessoais são insuficientes, mas sim o sacrifício de Cristo. Lutero descobriu o valor da fé; somos justificados pela fé (Rm 1.17).

Observemos o que afirmam as Escrituras sobre o valor da fé para a salvação. A pergunta do  carcereiro: “Senhores, que é necessário para que eu  faça para me  salvar?”  (At 16.30b).  Paulo e Silas não disseram para o carcereiro praticar boas obras, ou recorrer a outros mediadores, mas “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31b). O mordomo de Candace também indagou: “Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?” (At 8.36b). A resposta de Filipe: “É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (At 8.37b). Ele foi batizado, porque já tinha crido em Jesus, já estava salvo.

As boas obras não conduzem à salvação, entretanto, o cristão pratica boas obras, porque já está salvo; as boas obras testemunham da salvação que foi recebida. O cristão deve ser luz.

Só a graça

O homem sempre pensa que necessita fazer algo para receber a salvação.

Entretanto, a salvação é pela graça. Graça é o favor divino estendido a nós por meio de Cristo. A graça de Deus se manifestou na pessoa de Jesus. Este é a graça de Deus concedida a nós: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Somos salvos pela graça: “Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At 15.11).

Só Cristo

Não existe outro mediador, outro que nos possa levar a Deus.

Somente Ele pode interceder por nós. Ele é o único Salvador: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25); “Mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12b). Observemos: Jesus pode dar a perfeita salvação, aos que por intermédio dEle, aproximam­ se de Deus. Jesus é, pois, o Único Mediador, entre Deus e o homem.

Somente a Deus a glória

Havia muitos objetos de adoração como santos, ídolos, roupas de santos. Assim, Deus não era o centro da adoração. Assim se expressou Isaías: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra às imagens de escultura” (Is 42.8). Triste foi o fim de Belsazar, pois não deu honra a Deus, não O glorificou: “Além disso, deste louvores aos deuses de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a dEus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Dn 5.23b). Tudo que tenta ocupar o lugar central de nossa adoração, deve ser afastado.

Só as Escrituras

Com a Reforma, as Escrituras passaram a ocupar o lugar central da fé. Havia um afastamento da Bíblia. Os católicos romanos haviam substituído a autoridade das Escrituras pela autoridade da igreja e da tradição. Só se pode (como até hoje declaram), interpretar a Bíblia como a igreja católica interpreta. Não! A Bíblia destaca: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia das Escrituras interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade humana, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’’ (2Pd 1.20­21).

A Reforma colocou a Bíblia na língua materna dos povos. Antes, eram especialmente em suas línguas. A autoridade da Bíblia não deriva da autoridade da igreja, mas do Espírito Santo.

Quanto à importância da Bíblia, observemos o que afirmou Lutero: “Jamais em todo mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Comparada os outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais luzes. Na abandoná­la sob qualquer pretexto da parte deles. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem levar­vos para onde que permanecerdes com As Escrituras, sereis vitoriosos” (Heróis da Fé, p. 36-37).
A Reforma divulgou a Bíblia. A Reforma possibilitou que o povo tivesse a Bíblia em sua própria língua.

Igreja reformada sempre se reformando

Em toda a História da Igreja há necessidade do constante exame, estudo da Bíblia, para verificar­se se estamos seguindo as suas doutrinas, seus ensinos. Não podemos afastar­nos dos ensinos da Bíblia: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).

A Contra­Reforma

A Contra­Reforma  surgiu como reação à Reforma.

Especialmente, o Concílio de Trento na Áustria, que se reuniu em 1545 e durou dezoito anos, tendo três longas sessões. Aprovou sete livros a mais na Bíblia, além de outros acréscimos para combater a reforma. Aprovou esses livros, para dar base a doutrinas como oração pelos mortos, salvação por obras, ensinos que não se baseiam nos sessenta e seis livros inspirados.

Contra a Reforma, especialmente, devemos lembrar que a Inquisição foi utilizada como repressão. Conforme estudamos, a Inquisição acusava a pessoas de heresia, e esta era condenada. Perdia seus bens. Outro meio de repressão foi o Índex, os qual condenava os livros não aceitos pela igreja Católica. Entre os livros condenados, os quais eram proibidos de uma pessoa ter em suas mãos, estavam os escritos doa protestantes e todas as versões da Biblia, com exceção da Vulgata (a Bíblia em Latim, aprovada pela igreja católica).

Origem do termo protestante

Os estados alemães ficaram divididos entre o Catolicismo e o Luteranismo. Em 1529, reuniu­se a Dieta em Espira. Os governadores católicos proibiram qualquer ensino de Lutero nos estados em que houvesse predomínio dos católicos. Houve um protesto dos governantes luteranos. A partir dessa data, tornaram­se conhecidos como “protestantes”, pois protestaram contra essa decisão. Os seguidores de Lutero tornaram­se conhecidos como protestantes e também a doutrina ensinada, passou  a  ser denominada doutrina protestante.

CONCLUSÃO

Deus sempre levanta Seus servos a fim de proclamar Sua Palavra.
Devemos ter a Bíblia como padrão de ensino. Após passados 490 anos da Reforma, não podemos esquecer do que representou esse movimento para a fé cristã.
Embora Satanás procure lançar os mensageiros do erro, Deus não permite que o erro vença tudo faz, para que todos possam compreender o plano da salvação por meio de Cristo.
Louvemos a Deus com o hino da autoria de Martinho Lutero:

“Castelo forte é nosso Deus,/Amparo e fortaleza:/Com seu poder defende os seus./Na luta e na fraqueza./Nos tenta Satanás, /Com fúria pertinaz,/Com artimanhas tais /E astúcias tão cruéis,/que iguais não há na Terra./A nossa força nada faz:/Estamos, sim, perdidos,/Mas nosso Deus socorro traz/E somos protegidos./Defende­nos Jesus,/O que venceu  na  cruz,/O  Senhor dos altos céus./E sendo  também Deus,/Triunfa na batalha”  (1 a e 2 a estrofes do hino 581 da Harpa Cristã).

6 comentários:

  1. Obrigada por este maravilhoso trabalho.Lindo !! Estava com dificuldades nas lições para juvenis e confesso, tenho encontrado ajuda através de vocês vasos de Deus.

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  2. Parabéns pelo artigo.
    Muito elucidativo, completo e numa linguagem fácil de assimilar para ministrar a jovens, adolescentes e crianças.
    Vou usar na minha igreja nas comemorações deste ano.
    Que Deus abençoe seu ministério frutífero.

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  3. Muito elucidativo o artigo.
    Vou usar para ministrar para adolescentes e crianças na minha igreja este ano.

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Que bom ver você por aqui agradeço pela visita, e volte sempre estou a sua disposição para aprendermos juntos. Fique a vontade para comentar. Um grande abraço.

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